Criação sonora, criação visual e desenvolvimento do sistema interativo em colaboração com Alessandra Bochio e Felipe Merker Castellani. Desenvolvimento arquitetônico em colaboração com Alessandra Bochio, Felipe Merker Castellani e Borys Duque.
Em exibição na Galeria de Arte Digital do SESI
de 30 de Setembro a 15 de Novembro de 2016.
Em Zonas de Indiscernibilidades propomos as convergências e as inter-relações entre corpo, imagem, som e cidade. Trazemos, como ponto central para a realização da instalação, a criação de imagens e o controle do som em tempo real. Esta se dará a partir tanto das ações dos participantes, quanto do ambiente da Avenida Paulista, embasados pelas noções de site-specific, arte pública e arte de participação. Esta obra é uma instalação interativa que conta com diversos painéis de diferentes medidas, interligados por meio de dobradiças, reproduzindo visualmente o recorte da paisagem urbana dos prédios de São Paulo. Nos painéis, são instalados sensores infravermelhos e câmeras que capturam as ações do público e os movimentos da Avenida Paulista. Estes, por sua vez, serão processados digitalmente por programas de geração de imagens e som em tempo real.
A estrutura, composta por painéis e sua composição, visam oferecer uma dupla experiência: ao mesmo tempo que modificam a paisagem circundante e possibilitam ao público uma outra relação com o espaço urbano, funcionam como interface para a geração de imagens em tempo real. Tal fato proporciona ainda a visualização e a ampliação dos gestos e das ações dos participantes a partir de suas projeções no painel de LED instalado na fachada do prédio do SESI-SP.
Neste sentido, podemos dizer que zonas de indiscernibilidades não trata apenas do espaço urbano, mas também de um espaço em trânsito, que está entre o público e o privado, entre o macro e o micro, entre a taticidade e a visualidade, entre o material e o imaterial, entre a forma e a interatividade. É ainda por meio desses trânsitos que vislumbramos a arquitetura da cidade como aquilo que está entre as ações do público e o que é presentificado no ambiente que nos cerca. Sendo assim, tanto a arquitetura, quanto zonas de indiscernibilidade existem somente na sua mediação com público. O artista, neste caso, atua como propositor de jogos ou percursos possíveis, nos quais o público é o próprio agente transformador, aquele que realiza uma ação em um dado momento, ação que transforma a paisagem e a arquitetura da cidade.